terça-feira, 28 de maio de 2013

10 motivos para ser contra as cotas para gays na universidades públicas

A um tempo atrás o Deputado Jair Bolsonaro denunciou que plano nacional dos direitos LGBT propunha a criação de cotas para professores gays em escolas do 1º grau do sistema público de ensino. Bem, mal foi levantado esse boato e já apareceu um monte de gente discutindo cotas para alunos gays nas universidades púlbicas. Como as cotas são a moda da vez, resolvi me antecipar e destrinchar essa questão.

10 motivos para ser contra as cotas para gays


1- Precedente

Cotas para gays seria mais uma medida que estenderia as políticas afirmativas para mais um grupo de minorias. Imagine agora se mais minorias quiserem entrar na brecha aberta pelas cotas para gays e adentrarem no sistemas de cotas? Em pouco tempo, haveria cotas para todo o tipo de minoria existente na nossa sociedade, de modo que daqui a pouco iríamos precisar de cotas para maioria.

2- Critério

Que tipo de critério seria usado para analisar se uma pessoa é ou não homossexual? Se for por autodeclaração, todos sabemos que muitos não-gays iriam se declarar gays apenas para entrar no sistema de cotas. Se for por algum tipo de cadastro ou psicotécnico, haveria gays que não aptos a entrar no sistema.

3- Renda

Diferente de outros grupos que gostar de demandar cotas para si, os LGBT´s têm uma renda média superior a do brasileiro comum. Todos sabemos que a nossa mídia e parte da nossa imprensa tem uma forte influência de homossexuais bem sucedidos que lá trabalham. Por que motivo deveríamos criar uma cota para uma classe de pessoas que em tese não precisam delas?

4- Bizarrice

Atualmente, um branco rico não tem direito ao sistema de cotas, mas um negro rico tem. Se houvesse cotas para gays, um branco rico heterossexual não teria direito ao sistema de cotas, mas um branco rico gay teria.  Como pobres e negros já gozam de cotas nas universidades, o estabelecimento de cotas nas universidade para gays só beneficiaria brancos gays não-pobres. Isso porque se o indivíduo for um negro gay, ele já tem direito as cotas. Se ele for um gay de baixa renda, também. Logo, as cotas para gays apenas privilegiaria brancos ricos.

5- Utilidade

No Brasil já é difícil averiguar quem é negro, pois quase todos nós temos ancestralidade negra. Mas como vamos averiguar quem é gay e quem não é gay se sabemos que existem gays enrustidos?

Se homossexuais são 15% da população (são menos), uma sala com 100 alunos que não tenha nenhum gay mas tenha 15 enrustidos já oferece mais proporcionalidade aos homossexuais do que o resto da sociedade. Logo, mesmo não havendo gays assumidos, o número de gays enrustidos geralmente equilibra a proporcionalidade. Como a homossexualidade tem componentes genéticos, podemos ter certeza que em todo o grupo social existe uma parcela de gays.

Se já existem tantos gays nas universidades, então por que motivo colocar uma cota para gays? Porque os gays que estão na universidade são em grande parte enrustidos. Uma cota para gays seria uma cota para gays que se assumem como tal, logo, a única mudança que uma cota para gays causaria é diminuir o número de gays enrustidos.

6- Mérito

A criação de cotas nas universidades mitigaria ainda mais a meritocracia no nosso processo. Antes, o que importava era somente se você tinha a nota mais alta. Agora, o que importa é se sua nota é alta, mas se não for tão alta você pode entrar pelas cotas raciais. Se for criadas as cotas para gays, não importará apenas seu resultado e a cor de sua pele, mas também qual é a sua orientação sexual. Será mesmo que o governo deve se basear na orientação sexual de um indivíduo para nortear quem tem e não tem direito a uma cota? Não importa que tipo de sexo a pessoa faz, o que importa é o potencial e esforço que ela tem.

7- Idade

A maioria das pessoas fazem o vestibular com 17 ou 18. Pode parecer estranho, mas tem muita gente que nunca teve uma relação sexual com essa idade e outros que não tiveram experiências o suficiente para definir bem o tipo de sua orientação sexual. Muitos são aqueles que só descobrem sua homossexualidade depois de velhos. Logo, até mesmo um homossexual que ainda não se descobriu como tal não poderia ser apto a uma cota para gays, pois ainda não se assume dessa forma.

8- Vergonha

Bem ou mal, todos temos o direito de vivermos nossas vidas como bem queremos. Se alguém quer ser hétero, ok; se quer ser gay, ok. De fato um homossexual traçará um caminho na vida como bem menos flores e cogumelos do que os héteros. Por isso muitos optam por não se assumirem como gays. Um gay enrustido e um assumido são iguais perante a lei.

Por mais que a sociedade julgue um melhor que outro, não cabe ao governo dar privilégios a um deles somente. Mas se algum homossexual faz a opção de ser um gay enrustido, essa é uma decisão pessoal que só cabe a ele e não devemos penalizá-lo por isso. Ao definir quem é apto para uma cota para gay pela autodeclaração, estamos privando o gay enrustido de ter acesso a uma cotas para gays, pois ele tem todo o direito de não se assumir. Logo, uma cota para gays não atenderia gays enrustidos, apenas assumidos.

9- Nuance

Psicólogos hoje sabem que existem bem mais nuances entre a heterossexualidade e a homossexualidade do que podemos imaginar.

Kinsey aplicou sua perícia no estudo da sexualidade humana, do que resultou a "Escala Kinsey" de orientações sexuais masculinas, com seis tipos assim definidos: 0. heterossexual exclusivo; 1. hétero ocasionalmente homossexual; 2. hétero mais do que ocasionalmente homo; 3. igualmente hétero e homo ("bissexual"); 4. homo mais que ocasionalmente hétero; 5. homo ocasionalmente hétero; 6. exclusivamente homossexual.

Logo, como nossa sociedade é heteronormativa, apenas admitimos a classe zero como heterossexual, considerando os elementos de 1 a 6 como gays. Portanto, se Kinsey está certo, não há motivos para haver cotas para gays, uma vez que a nuance da sexualidade humana adentra na universidade de qualquer forma. Além do mais, o quanto gay uma pessoa teria que ser, de 1 a 6, para ter direito a uma cota para homossexuais?

10- Potencial

Um gay tem o mesmo potencial de um hétero(na verdade é até mais inteligente). Os homofóbicos creem que gays são inferiores, mas a realidade prova que se existe alguém nessa discussão que é inferior intelectualmente, são os homofóbicos. Logo, não há motivos para dar cotas para pessoas que têm um potencial tão elevado. Devemos tratar os iguais de acordo com sua igualdade e os desiguais de acordo com sua desigualdade. Nesse sentido, seria bem mais justo do que criar cotas para gays a criação de cotas para homofóbicos.

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