terça-feira, 28 de maio de 2013

10 motivos para ser contra o Dia do Evangélico

Antes de tudo, sou cristão e não estou aqui nesse texto criticando uma religião, apenas uma data específica.

De tempo em tempo, algum deputado espertalhão inventa alguma proposta de inventar um feriado nacional para os evangélicos. Hoje, já existem várias cidades e estados que comemoram o famigerado Dia do Evangélico.

10 motivos para ser contra o Dia do Evangélico

1- Desculpa

O Brasil é um país que sofre pelo elevado número de feriados, muitos deles religiosos. Muitos evangélicos então pensam: "se os católicos têm os feriados deles, por que nós não temos pelo menos um pra nós?". Essa é uma lógica mesquinha de gente que só pensa em volta do próprio umbigo. O erro dos outros não justifica um erro seu.

2- Religiões

Se os evangélicos têm direito a um feriado, então os espíritas, judeus, ateístas e outros grupos religiosos também têm. Se tivéssemos um Dia para cada religião, não haveria trabalho no Brasil, visto que até no Dia do Trabalho quase ninguém trabalha.

3- Estado laico

Vivemos num Estado laico. Uma sociedade democrática não deve erguer esses muros, mas derrubar os que já existem. Um Dia do Evangélico seria mais uma ação por parte do Estado para privilegiar uma minoria em detrimento de toda a sociedade, uma vez que todos sofremos os impactos econômicos dos feriados.

4- Cultura

Os feriados religiosos que temos hoje são resquícios de uma longa imersão da cultura ocidental no Cristianismo. Não há razão histórica ou cultural para se criar um Dia do Evangélico.

5- Compensação

Vale lembrar que o caráter minoritário dos evangélicos a muito tempo não os priva de direitos dados aos demais grupos na nossa sociedade. Logo, um Dia do Evangélico não pode usar os argumentos de repressão por parte do Estado que existem no Dia da Consciência Negra.

6- Prioridade

Num país onde os corpos são empilhados nas filas dos hospitais e a educação é péssima, usar tempo e atenção do legislativo para criar uma lei tão inútil para a sociedade chega a ser um ato de extrema má-fé.

7- Economia

Todos sabemos que devido ao Carnaval e aos demais feriados prolongados o Brasil perde bilhões de reais todo ano. Essa perda de produtividade gerada pelo excesso de feriados retira do Brasil uma certa competitividade em relação a outros países com mais dias úteis e melhores condições de trabalho.

8- Gastos Públicos

Levando em consideração os Dias do Evangélico que já existem no Brasil. O que poderíamos esperar de um Dia Nacional do Evangélico é uma gastança de recursos públicos das prefeituras, que acabariam usando verba pública destinada a cultura para promover eventos nesse dia. Como todos sabem, muitos políticos trazem artistas gospel para fazerem show em suas cidades e assim capitalizar o apoio político dos evangélicos.

9- Inútil

Mesmo para quem é cristão, um Dia do Evangélico seria um dia inútil para os evangélicos, que não poderiam fazer seu proselitismo religioso de forma acurada, uma vez que todos os não-evangélicos iriam aproveitar a data para viajar e ir a praia. Logo, é bem provável que o Dia do Evangélico poderia repetir o que outros feriados já fazem e causar um aumento das mortes nas estradas e demais mazelas decorrentes dos fluxos de concentração populacional.

10- Indevido

Todo dia é dia para lembrar de deus. Todo dia é dia de cuidar do próximo e socorrer os necessitados. Todo dia é dia para espalhar as boas novas do Evangelho. Logo, não há razão para reinvidicar um dia do Estado para que se faça aquilo que todos devemos fazer todos os dias. Além do mais, o Dia do Evangélico poderia não cumprir os próprios ideiais da religião cristã se fosse mais um feriado religioso como todos os outros. Se o Dia do Evangélico fosse marcado por shows e grandes concentrações de fiéis, onde as pessoas de forma egoísta se lembrassem de seus credos e se esquecessem de olhar para o próximo, poderia até ser chamado de dia evangélico, mas jamais seria um dia do Evangelho.

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